A Maçonaria, como guardiã de antigas tradições, tem como uma de suas práticas mais antigas e tradicionais a celebração dos Solstícios e Equinócios.
Acredita-se que, assim como os Romanos observavam o Solstício de Inverno, em homenagem ao deus Saturno, posteriormente chamado de “Sol Invencível”, esse costume também era observado pelas Guildas Romanas, os antigos Colégios e Corporações de Artífices, que nada mais eram do que a Maçonaria Operativa. Esse costume permaneceu intacto até ao surgir da Maçonaria Especulativa, que o manteve.
“Solstício” vem das palavras latinas “sol” e “sistere“, que significam “sol” e “ficar parado”. Durante o solstício, o sol está mais próximo de algum dos hemisférios, fazendo com que o dia nele dure mais, enquanto a noite é mais longa no outro hemisfério.
No hemisfério sul, o solstício de Inverno costuma ocorrer em 21 de junho. É quando o hemisfério sul está afastado do sol e o hemisfério norte está inclinado em direção a ele.
Lembrando que na antiguidade as civilizações estavam totalmente alinhadas com os ciclos da vida representados pelas estações do ano e os solstícios e equinócios. A vida daquelas civilizações dependia 100% do movimento da Terra em volta do Sol, tanto no plano da agropecuária quanto social e principalmente espiritualmente.
Essa variação de dia e noite não ocorre na Linha do Equador, onde os Solstícios são definidos através da distância entre a Terra e o Sol. Antigamente, as iniciações no hemisfério norte ocorriam sempre no Solstício de Inverno, quando a noite é a maior do ano, simbolizando que o iniciado está na escuridão em busca da luz.
É interessante observar que os nossos rituais são abertos e fechados citando-se exatamente a movimentação solar. Além disso, as Colunas Zodiacais aludem aos Doze Signos Astrológicos por onde o Sol passa ao longo do seu ciclo anual. A nossa Ordem, meus Irmãos, é uma Ordem Solar.
Trata-se de uma data de grande importância para diversas culturas antigas, que a associavam simbolicamente ao nascimento e renascimento. Na mitologia é o momento em que a Deusa grávida dá à luz a seu novo filho, marcando o renascimento simbólico do Deus Solar. Por isso, a celebração do Solstício de Inverno reafirma a continuação dos ciclos da vida e está ligado à roda da vida.
O Papa Júlio I decretou em 350 que o nascimento de Jesus o Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de dezembro (Solstício de Inverno no hemisfério norte), substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo.
O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em substituição às festividades do Dia do Nascimento do Sol Invencível.
É um dos festivais universalmente celebrados. Foi a primeira festa sazonal comemorada pelas tribos neolíticas do norte da Europa e é até hoje considerado o início da roda do ano por muitas tradições e culturas.
O solstício deve ser comemorado com “ágapes solsticiais”. Isso não significa se reunir para comer ou beber, mas sim para compartilhar, agradecer e unir energias a serviço do “mais elevado” e da ajuda à humanidade.
No templo maçônico, as datas solsticiais estão representadas num símbolo, que é o círculo entre paralelas verticais e tangenciais. Este significa que o Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável; as paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois São João.
É o momento de celebrar e compartilha a vida. Feliz renascimento!
Texto adaptado por Paulo Júnio de Lima, Secretário de Comunicação.