O equinócio de outono: Maçonaria, uma ordem solar!

O equinócio (equinócios do latim aequinoctiu = aequus, igual + nox, noite) ocorre quando o sol está posicionado exatamente acima de um ponto na linha equatorial, fazendo com que a luz e o calor sejam distribuídos de forma semelhante nos dois hemisférios. Deste modo, o dia e a noite têm a mesma duração.

No dia 20 de março ocorre o equinócio que marca o início da primavera no hemisfério norte e do outono no hemisfério sul. Na Maçonaria comemoramos os equinócios e os solstícios. O homem primitivo distinguia a diferença entre duas épocas, uma de frio e outra de calor, que eram atribuídas à ação do sol. 

Graças a isso surgiram os cultos solares, sendo o Sol proclamado fonte da vida, com influência marcante sobre todas as religiões e crenças da época, pois o Sol, na sua trajetória aparente, determina a mudança das estações climáticas, nos equinócios e nos solstícios, quando a natureza passa por formidáveis transformações. 

A tradição diz que o Ano Maçônico no hemisfério sul se inicia no equinócio de outono. 

Uma curiosidade: “O sistema de calendário do Rito Adonhiramita tem por base o início do ano no dia 21 de março, fixando nesse dia o Equinócio Vernal. Soma-se então ao ano 4.000 anos, como no calendário maçônico original, criado por James Anderson. O termo para designar o ano é “Verdadeira Luz”, similar ao termo adotado por Anderson, de Anno Lucis. Nesse sistema, 18 de março de 2023 é o 18º dia do 3º mês de 6023 da V.’. L.’., no Rito Adonhiramita.”

Diversas são as relações do equinócio de outono. Segundo a astrologia, o ano realmente começa quando o sol, na sua trajetória anual, encontra-se no grau zero de áries. Segundo o cristianismo, todo o calendário cristão baseia-se no equinócio. A Páscoa, por exemplo, ocorrerá no 1º domingo de lua cheia após o equinócio de outono (Brasil), nunca devendo ser antes do dia 22 de março e nunca após o dia 25 de abril.

Também se diz, popularmente, que é a ocasião em que o Sol corta o Equador, em sua marcha do hemisfério sul para o norte (Primavera), e em seu regresso do hemisfério norte para o sul (Outono). Esse período tem sido simbolicamente representado, desde a mais remota antiguidade, por mitos e lendas religiosas e maçônicas, cultuando-se então a morte e glorificação de deuses, heróis ou instrutores, entre os quais está Hiram Abiff. O nascimento deles era e é comemorado por ocasião do solstício do inverno (25 de dezembro para o hemisfério norte). A data de sua morte não é fixa como a do seu nascimento, pois é celebrada segundo as posições relativas do Sol e da Lua no equinócio da primavera, as quais variam cada ano. A morte de todos os heróis Solares era celebrada nesta época (25 de março ou próximo). Os capítulos Rosa-Cruz celebraram solenemente a data do Equinócio Vernal em data mais ou menos coincidente com as comemorações da morte de Cristo.

É de conhecimento que a Maçonaria não é uma religião, mas ela é religiosa (nós devemos sempre buscar nossa ligação com o Divino, representado pelo Grande Arquiteto do Universo); contudo, é sabido a influência religiosa sobre os canteiros medievais que deram origem à Franco-Maçonaria e depois à Moderna Maçonaria, com o propósito de estimular o aprimoramento, a evolução, principalmente espiritual, do Homem como elemento principal da sua matéria-prima. Também é de domínio dos Maçons que a Maçonaria foi constituída de forma que cada um de seus membros pode seguir à vontade os mandamentos da própria crença, sem ferir a consciência de qualquer de seus Irmãos.

“É interessante observar que nossos rituais são abertos e fechados citando-se exatamente a movimentação solar. Além disso, as Colunas Zodiacais aludem aos doze signos astrológicos por onde o sol passa ao longo de seu ciclo anual. Nossa Ordem, meus Irmãos, é uma Ordem Solar. Nossa Ordem, que tradicionalmente atua na sociedade visando “tornar feliz a humanidade”, evidentemente não poderia deixar de se “alimentar” das mais elevadas energias e consciências espirituais que nos vêm dos planos superiores, exatamente nos Solstícios e Equinócios. Mais ainda, se nosso imperativo é “tornar feliz”, é exatamente na natureza que encontraremos nossa fonte para recarregar as forças. É na natureza, Poderosos Irmãos, que podemos encontrar Deus em sua forma manifesta. É onde Ele está próximo e tangível.”

Texto adaptado por Paulo Júnio de Lima, Secretário de Comunicação.
Fontes:
Revista Triponto e Diálogo Maçônico