Criação
Vinte e cinco de setembro de 1927, primavera, tarde de domingo na capital dos mineiros. No Templo da “Loja Bello Horizonte”, Rua Rio de Janeiro, 987, reuniam-se oito Lojas do Grande Oriente do Brasil para a criação de uma Grande Loja, promovida e reconhecida pelo Supremo Conselho do Grau 33, Potência máxima para o Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil. As oito Lojas, representadas por membros do Supremo Conselho, eram: “Loja Aspásia Hiram do Paraíba” de Porto Novo do Cunha e “Loja Fraternidade Universal” de São Sebastião do Paraíso, pelo Irmão Pedro Jorge Brandão, Grau 33; “Loja Bello Horizonte” da Capital, pelo Irmão Manoel dos Reis Corrêa, Grau 32; “Loja União Sertaneja” de Sete Lagoas, Irmão Ricarte Normando, Grau 30; “Loja Labor, Força e Virtude” de Muriaé, pelo Irmão José Pinheiro Guedes, Grau 30; “Loja Charitas” de São João Del Rei e “Loja Guilherme Dias” de Machado, pelo Irmão J. de Melo Teixeira, Grau 18 e “Loja Alfenas Livre” de Alfenas, pelo Irmão Laurindo Chaves, Grau 18. Assistiam à reunião outros maçons dos Altos Graus, e assim nascia a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, sendo escolhido como seu primeiro Grão-Mestre o Venerável Irmão Manoel dos Reis Corrêa.
A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais
Em dezembro de 1927, a GLMMG recebeu a Carta Constitutiva emanada do Supremo Conselho, cujo teor concedeu-lhe a administração e uso dos Rituais dos Graus Simbólicos. Nas eleições convocadas para janeiro do ano seguinte, foi confirmado o Irmão Manoel dos Reis Corrêa como Grão-Mestre e sufragados os Irmãos Washington Pires, Grão-Mestre Adjunto; Raul Franco de Almeida, Primeiro Grande Vigilante; Pedro Jorge Brandão, Segundo Grande Vigilante; Álvaro Cavalcanti de Oliveira, Secretário, Ramiro de Barros, Tesoureiro e demais oficiais do Corpo Ritualístico.
Nos primeiros anos, a GLMMG compunha-se de dezesseis Lojas jurisdicionadas, oito anteriores à cisão (“Belo Horizonte”, “Charitas”, “ Labor Força e Virtude”, “Fraternidade Universal”, “Perfeita União”, “Alfenas Livre”, “Guilherme Dias” e “União Sertaneja”) e oito posteriores (“Fidelidade Escocesa”, “Brasil Central”, “Luz e Caridade”, “União Fraternal”, “Fraternidade Poços Caldense”, “Lealdade e Justiça”, “União de Andradas” e “Justiça e Caridade”).
O Irmão Reis Corrêa governou a Grande Loja durante três mandatos, até 10 de janeiro de 1935, quando apresentou sua renúncia, sendo substituído pelo Grão-Mestre Adjunto Hermano Lott Júnior.
Peregrinação em Busca da Sede
Uma sede própria é tão fundamental para a sobrevivência das instituições, quanto suas leis. Nos sete primeiros anos, a GLMMG usou as dependências da “Loja Bello Horizonte”. A partir de então, percorreu exaustivamente uma série de endereços: do nº 550 da Avenida Afonso Pena foi para o nº 468 na gestão do Irmão Hermano Lott Júnior. No Grão-Mestrado de Antônio Villela Teixeira de Azevedo, a sede foi transferida para a Avenida Paraná nº 245 e daí para Avenida Olegário Maciel nº454 e Rua da Bahia nº 992. Na Assembleia de 17 de fevereiro de 1941, sendo Grão-Mestre Luiz Sayão de Faria, os Irmãos assumiram o compromisso de construir o Palácio Maçônico. Contudo, foram necessários quarenta e cinco anos para a concretização do ideal. Na administração do Grão-Mestre José Cezário Horta a sede retornou para a Rua da Bahia, desta vez no nº 644. Em 23 de dezembro de 1948, as Câmaras Administrativa e Judiciária autorizaram a aquisição do atual imóvel em condomínio com as Lojas “União Fraternal”, “Paz e Trabalho”, “Inteligência e Segredo”, “Moral e Razão”, “Presidente Roosevelt” e “Moreira Sampaio”. No Grão-Mestrado de Álvaro Cavalcanti de Oliveira foi anunciado o término da construção da sede própria e, no solstício de verão de 1950, a GLMMG reuniu-se, pela primeira vez, no prédio primevo da Avenida Brasil, 478, até o lançamento da Pedra Fundamental do atual Palácio Maçônico (7 de junho de 1986) na administração do Grão-Mestre Ronaldo Braga.
Na gestão do Grão-Mestre Tomaz Luiz Naves a GLMMG adquiriu salas num prédio da Avenida Brasil destinadas às reuniões das “Damas da Fraternidade” e para o "Grande Conselho da Ordem DeMolay".. Posteriormente, o Grão-Mestre Dálcio Antônio Cardoso construiu o elevador externo no Palácio Maçônico, ligando o piso ao segundo e terceiro pavimentos. O Irmão Dálcio coordenou também a instalação dos aparelhos de ar condicionados nos Templos, com os custos pagos pelas Lojas. No mandato seguinte, o Grão-Mestre Antônio José dos Santos revitalizou o Palácio Maçônico e ampliou os espaços na região do bairro Santa Efigênia, comprando um andar inteiro na Rua Grão-Pará para dois novos Templos, um salão de festas e sala administrativa. Promoveu também a comunicação e interação entre os diversos segmentos da educação e da cultura, por meio da informatização das Lojas e do Palácio Maçônico.
Ação Social
A atuação da GLMMG junto à sociedade, abraçando causas de relevância social, data dos anos 1930, sendo progressivamente ampliada na década de 1940. Na gestão do Irmão Jonathas Anacleto de Morais foi criada a Caixa de Pecúlio Maçônico de amparo aos maçons e familiares necessitados. Mas, a instituição do Fundo de Assistência Maçônica na GLMMG, um dos maiores projetos sociais da Maçonaria brasileira nos últimos tempos, deveu-se ao empenho do Grão-Mestre Dálcio Antônio Cardoso. O Fundo de Assistência Maçônica - FAM foi estendido às esposas dos maçons durante a gestão do Irmão Antônio José dos Santos.
Em 03 de julho de 1971 a GLMMG recebeu, como doação do Governo Federal, uma área na cidade de Teófilo Otoni pertencente à extinta Estrada de Ferro Bahia Minas. O Irmão José Lopes Bragança remodelou e ampliou as construções de um hospital ali existente, denominado desde então “Hospital Balbina Bragança”. Na administração do Irmão Ronaldo Braga as obras do hospital foram retomadas, ampliando cento e oitenta leitos e uma ala para vítimas de queimaduras. Mais tarde, visando melhores condições de administração desse hospital, o Irmão Dálcio Cardoso celebrou um contrato de comodato com a Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni, com duração de trinta anos.
A administração do Grão-Mestre Janir Adir Moreira integrou a GLMMG em campanhas destinadas à preservação do meio ambiente, ao combate às drogas (“Evite Drogas - Prefira a Vida”) e, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil-MG, o “Observatório da Corrupção” cuja finalidade consiste em ações rápidas e eficazes no tocante às tramitações de processos que apuram esse tipo de ilícito.
Em 2014 a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais sediou a CMSB 2014, reunião que congrega todas as Grandes Lojas do Brasil, através da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), cujo Presidente da Gestão 2014/2015 foi o Grão-Mestre da GLMMG o Irmão Leonel Ricardo de Andrade.
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Fontes:
Grande Historiador da GLMMG: José Maurício Guimarães.
Secretaria de Comunicação da GLMMG - SECOM.